A Câmara Municipal de Porto Alegre homenageou, hoje (15/05), o Centro de Valorização da Vida (CVV). A autora da homenagem foi a vereadora Psicóloga Tanise Sabino.
Tanise ressaltou o trabalho e os méritos do Centro, que em muitos casos as pessoas não têm a intenção do suicídio, mas sim de matar algum sofrimento que existe dentro delas. Conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos, uma pessoa morre por suicídio no mundo. A cada 45 minutos, uma pessoa morre por suicídio no Brasil. O suicídio é considerado a maior causa de mortes de jovens entre 15 e 29 anos. E conforme a vereadora Sabino “e se não fosse o incansável, valoroso e voluntário trabalho do CVV, muitas vidas mais seriam ceifadas aqui no Brasil”.
A vereadora parabenizou os mais de 3.500 voluntários espalhados pelo país, que são treinados para atender mais de 1 milhão de pessoas por ano. “Ao conceder esse diploma de Honra ao Mérito para o Centro de Valorização da Vida, quero que esta homenagem seja para todos os voluntários, direção e a presidência. Que se multiplique este reconhecimento a esta grande instituição, por esse importante trabalho em prol da sociedade”, afirmou.
Tanise Sabino ressaltou que: “quando trabalhamos com a prevenção do suicídio a FALA e a ESCUTA são fundamentais. E estas duas ações o CVV vem praticando há mais de 60 anos com maestria, oferecendo empatia, apoio e compreensão nas horas difíceis. Tudo isso através de um anonimato libertador, que permite que a pessoa em sofrimento possa dividir suas dores e com isso minimizá-las, se fortalecendo para buscar mais ajuda”.
A Psicóloga Vereadora Tanise Sabino agradeceu ao CVV por fazer parte das frentes parlamentares: Prevenção ao Suicídio e Autolesão e Promoção à Saúde Mental, as quais preside, e por participar das reuniões, eventos, seminários e caminhadas promovidas por estas duas frentes.
A parlamentar destacou ainda que: “estamos entregando esse diploma de honra ao mérito no mês de maio. Geralmente, falamos sobre o suicídio no mês de setembro, conhecido como Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, mas entendemos que o ano inteiro, todos os meses, devemos falar sobre a prevenção ao suicídio”.
Representando o CVV, a coordenadora Arlei Weide agradeceu a homenagem e ressaltou o tabu que sempre foi tratado o tema do suicídio. “Sabemos que cada suicídio realizado impacta não somente a pessoa e sua família, mas também toda a sociedade. A proposta do CVV é olhar para a dor individualmente e não classificar. Não julgamos que uma dor é mais importante que a outra”, disse.
Weide referiu que: “de forma carinhosa, o CVV, criado em 1962, em São Paulo, hoje vem receber essa homenagem. Durante toda essa trajetória o suicídio foi considerado um tabu. As pessoas achavam que falar poderia incentivar. E hoje sabemos que não é bem assim, precisamos falar sobre isso. Então, hoje, estar aqui, é algo muito importante”.
A coordenadora do CVV referiu que atrás de toda estatística do suicídio, tem uma vida. O CVV tem como foco olhar para a vida das pessoas e pensar nos danos que se pode evitar. “Nós olhamos as pessoas e não julgamos. Falar é importante para a pessoa reorganizar o pensamento, e quando ela começa a falar ela se enxerga. Esse é o poder do atendimento. Ajudar a pessoa se olhar”, disse Weide.
Em seu pronunciamento, salientou que o atendimento do CVV não substitui o atendimento médico ou psicológico, e que o serviço do CVV está disponível 7 dias da semana, 24 horas por dia. No Brasil são mais de 110 postos, e mais de 3.500 voluntários.
Artur Alfaro, Presidente da mantenedora do CVV, referiu que: “é muito importante essa visibilidade do trabalho do CVV, e que não se limita apenas ao telefone 188, temos também o chat, e-mail e palestras em escolas. Tínhamos um serviço que hoje está desativado desde a pandemia, o Grupo de Apoio de Sobreviventes (GAS), mas pretendemos retomar esse grupo em breve. Quero lembrar que qualquer pessoa pode contribuir com o CVV, sendo um voluntário. Para isso, é preciso fazer um curso de formação, que oferecemos duas vezes ao ano”.
Estiveram presentes na homenagem a coordenadora Arlei Weide do CVV de Porto Alegre; Artur Alfaro, Presidente da mantenedora do CVV; Liziane Eberle; e diversos voluntários.
Texto
Eduarda Burguez (estagiária de Jornalismo)
Edição
Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)
Caroline Strüssmann (reg. prof. 9228)
(Foto: Fernando Antunes/CMPA)