Na última quinta-feira, dia 19 de outubro, foi realizado no Plenário Ana Terra da Câmara de Vereadores o Seminário “Outubro Rosa: Um Olhar Biopsicossocial e Espiritual da Vida,” promovido pela Vereadora Psicóloga Tanise Sabino em parceria com o Hospital Presidente Vargas e IMAMA. O evento reuniu especialistas, palestrantes e participantes dedicados à conscientização sobre o câncer de mama, indo muito além dos aspectos físicos, e abraçando as dimensões psicológicas, sociais e espirituais dessa luta.
“A conscientização, o apoio emocional e a atenção à saúde mental da mulher são fundamentais quando falamos de outubro rosa. E a informação é o grande trunfo para a promoção da saúde e bem-estar das mulheres. É por isso que concebi este seminário,” destacou Tanise ao dar início ao evento.
A Vereadora Psicóloga Tanise Sabino, na abertura do evento, convidou para compor a mesa de abertura a Diretora Administrativa do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, Marinilda de Bortoli, que em seu pronunciamento, destacou a importância vital da informação para um tratamento adequado do câncer de mama. Ela lembrou às mulheres presentes que é fundamental cuidar de si mesmas, mesmo quando estão acostumadas a cuidar primeiro dos outros. E ainda, agradeceu ao trabalho do IMAMA. Também integrou a mesa de abertura o Diretor do PROCON, Wambert Di Lorenzo, que elogiou a realização do evento e compartilhou sua experiência pessoal com a doença. Ele enfatizou que, embora seja mais raro, os homens também podem ser vítimas do câncer de mama, revelando a perda de um tio em função desta doença. Ele concluiu sua saudação elogiando a iniciativa da parlamentar e expressando sua fé: “Deus abençoe seu mandato, Tanise.” A Diretora do IMAMA, Rita Cunha, que participou da abertura e também foi uma das painelistas da tarde, ressaltou a capacidade das mulheres de enxergar de maneira ampla as questões e de serem empáticas, se colocando no lugar de uma paciente e ajudando a salvar vidas.
Dando início aos painéis da tarde, as médicas da equipe do Hospital Materno Infantil Presidente Vargas, Laura Bonafé e Gabriela Prevedello, além de repassarem informações técnicas sobre o diagnóstico e tratamento, lembraram que não se fala mais tanto em autoexame, pois ele não é um exame de rastreio. “O que acontecia é que as mulheres faziam o autoexame e deixavam de lado a mamografia. E a mamografia é essencial para um diagnóstico precoce”. Elas destacaram a importância de prestar muita atenção quando o B-Rad for 4, 5 ou 6, e enfatizaram que a definição de cada tratamento é individualizada.
Mesmo com o teste positivo para o COVID, a psicóloga Camila Batistello não abriu mão de compartilhar sua experiência e, de forma remota, abordou a relação entre câncer de mama e saúde mental. Ela mencionou: “Quando as mulheres recebem diagnóstico, parece sentença de morte e que tudo vai mudar. E tudo vai de fato mudar, mas não precisa ser uma sentença.” Camila falou de questões como imagem corporal, baixa autoestima e a importância de viver o “luto” por perdas que virão no decorrer do tratamento. Camila foi enfática: “Se comentar ou perguntar algo para a paciente, nunca pergunte ou comente por curiosidade, como, por exemplo, referir que ela perdeu o cabelo, e o cabelo era tão bonito.” Ela destacou que nem sempre o que uma paciente quer ouvir são palavras de motivação ou consolo, mas empatia ou simplesmente poder ouvir.
Rita Cunha, Diretora do IMAMA, lembrou também duas leis fundamentais: “Em até 30 dias toda a mulher tem o direito de fazer o diagnóstico. E em 60 dias, tendo o diagnóstico, a lei é para iniciar o tratamento. Infelizmente, hoje a média do SUS é de que o início do tratamento seja, em média, após 200 dias.” Rita clamou: “Sejam multiplicadores de informação – todos podem ser e salvar vidas.”
Abrindo o momento de depoimentos, Melissa Portal, uma das mulheres que enfrentou o câncer de mama, compartilhou sua jornada ao receber o diagnóstico com apenas 30 anos de idade. Ela destacou o poder do amor na cura e enfatizou a importância da acolhida e de uma rede de apoio sólida. Atualmente enfrentando um novo diagnóstico de câncer, Melissa concluiu com uma mensagem muito positiva e também compartilhando o livro “Lenços de Esperança” no qual é coautora e que foi concebido para ajudar mulheres com informação e solidariedade. Josete Cunha, outra mulher que enfrentou o câncer, contou o quanto a negação atrasou seu diagnóstico: “estava muito visível, mas eu não queria enxergar e fiquei postergando a ida ao médico, mesmo já apresentando sintomas”. Ela compartilhou como a fé foi fator determinante em sua cura e também particularidades, como a elaboração de uma lista das coisas que desejava fazer. Compartilhou que inclusive, realizou um dos seus sonhos, que era saltar de paraquedas.
Finalizando o Seminário “Outubro Rosa,” o Médico e Teólogo Filipe do Nascimento destacou que a espiritualidade faz diferença na saúde: “Nós somos mais que seres biopsicossociais – existe a dimensão espiritual, que se considerada, pode trazer muitos benefícios no tratamento e cura de qualquer doença”.